Todos nós ouvimos constantemente, “ilustres” conhecidos, que Portugal precisa de maior investimento, que as pessoas têm de ser mais empreendedores, que o que se produz, tem de ter maior valor acrescentado, porque caso contrário, o país não se desenvolve, nem pode dar condições condignas aos seus cidadãos, etc.
É desta forma, que alguma parte da população portuguesa pensa que tudo isto é verdade, mas quem produz riqueza e “puxa” pela sua massa cinzenta, não tem a mesma opinião, porque tudo não passa de uma ilusão e os exemplos de empresas de sucesso são muitas, mas muito poucas sobrevivem. Porque será?
O diferencial entre as importações e as exportações estão em completo desequilíbrio, e já estamos a ser amparados pela UE, por caso contrário há muito que tinha havido problemas, e graves.
Não é por acaso que passados muitos anos, do fim da política do Estado Novo, continuamos na cauda do desenvolvimento da Europa, e se continua com a emigração, isto apesar de aparentemente vivermos em Democracia.
Antigamente fornecíamos emigração para servidão, e o país sobrevivia a custa das suas receitas, hoje custeamos a sua formação académica, a qual custa fortunas ao país, para estes depois procurarem vida noutros países, onde nada fizeram por eles, e assim têm técnicos qualificados sem terem tido despesas ou preocupações com a sua formação. Esta nova vaga de emigração pauta ainda por não mandar receitas para Portugal ,porque gozam melhor a vida nos países que os acolheram, e fazem investimentos onde lhes garantem melhores rendimentos.
A recente crise tem sido uma grande desculpa para a incompetência dos vários intervenientes no desenvolvimento de Portugal, porque se pensarmos bem, já estávamos em crise muito antes desta chegar, e porquê?
Vimos inaugurações atrás de inaugurações de empresas nacionais e multinacionais, muitas vezes suportadas com o dinheiro público, que pouco tempo depois encerram, sem cumprirem o que tinham acordado.
Isto acontece, porque existem problemas gravíssimos, que não interessam resolver, porque enquanto os outros países, nos fornecerem crédito e dinheiro, vai-se vivendo e gozando, o problema será um dia, de quem cá ficar para pagar a factura.
A empresa abaixo descrita é mais um dos exemplos, de que não vale a pena investir em Portugal, porque os resultados são sempre os mesmos.
Como se pode progredir “com dinheiro próprio”? Quando os pagamentos são efectuados tarde e a más horas, os que são!
Quando somos vitimas de vigarices, e de esquecimentos nos pagamentos, temos de os esquecer muitas vezes, porque não vale a pena tentar encontrar uma solução via judicial, devido ao infractor saber como tudo isto funciona, e qualquer tentativa tem de ser bem ponderada, porque pode-se provocar o risco de não se sobreviver, devido à demora e ao dinheiro que não se tem, para pagar as despesas da “Injustiça”.
Os organismos que deveriam ser célebres nas suas decisões e aplicações, demoram eternidades, dando azo a incompetência e a corrupção, só assim se pode justificar o que se passa.
Também as decisões tomadas, pela “Injustiça”, e os valores de indemnização propostos, favorecem por norma o causador, prejudicando gravemente o ofendido e contribui largamente para a existência de uma cultura, que só perde quem tem, porque no final nada lhe acontece, não é por acaso que os Tribunais estão entupidos de processos. Já é comum a resposta dada por alguns funcionários dos tribunais, quando confrontados com as demoras responderem, que nós é que somos os culpados porque vendíamos a toda a gente, incluindo o pagamento dos seus ordenados porque caso contrário não eram necessários.
De algum tempo para cá, devido a ameaça de não haver dinheiro para pagar a “máquina”, o Ministério das Finanças foi empossado de “pirata”, sem que no entanto se possa negar, que é um direito e um dever dos cidadãos e das empresas pagarem impostos, porque só assim podem existir inúmeros de serviços que o Estado nos fornece.
Foi criado todo um sistema, para ver se ninguém foge, mas o cidadão que alimenta o Estado, bem pode esperar sentado à espera de Justiça e de outros serviços que são da competência, única e exclusiva do Estado Português.
Tudo isto era para parar a fuga de impostos, mas terá parado?
Ou até terá aumentado?
Como se pode explicar, que um trabalhador que não reclame os seus honorários fruto do seu trabalho, passado um ano prescreve?
Então ele e a família não precisa de viver, só alguns precisam?
Os impostos só prescrevem ao final anos!
Um empresário fecha a empresa ou esta vai a falência, se não houver bens da empresa, bem podem os empregados e fornecedores agir judicialmente que o resultado é o mesmo.
E quando se realizam inventos como o Euro 2004, invento esse que é representado e responsável o Estado Português, onde tem trabalhadores (ARD), a trabalharem mais de 12 horas, sem comerem e quando lhes fornecem a comida, esta é pouca de má qualidade, é transportada nas malas dos autocarros, comida nas áreas de serviço das auto estradas, ao sol, não esquecendo que eram umas centenas largas de ARD.
Os voluntários tinham roupa oferecida, não tinham responsabilidade e tinham uma caixa com comida que lhe era entregue durante o serviço, tinham acesso a mais que uma.
Os ARD, solicitaram várias vezes a presença das autoridades competentes para fiscalizar o que se estava a passar, mas nunca ninguém apareceu, por razões obvias!
No final a empresa pagou o que quis, a quem quis, dando azo a cenas de pancadaria nas instalações, onde teve de intervir as forças policiais, mas nada aconteceu para os que deram o seu melhor, com sacrifícios pessoais inimagináveis, para que o Euro 2004, fosse considerado um exemplo internacional, mas onde o Estado Português se serviu de “Escravos”.
Mas no que toca aos impostos a situação é bem diferente, porque aí os gerentes respondem, com os seus bens pessoais, excepto alguns!
Tudo bem, mas será que acontece o mesmo as empresas estrangeiras que fecham e que em muitos casos receberam muito, muito, dinheiro para cá operarem?
Não há conhecimento de ninguém, o que torna isto tudo muito engraçado, e especulativo, até porque muitas delas tiveram o mercado português para explorar, em quase exclusivo.
Era engraçado ver os responsáveis das Finanças irem a determinados países cobrar, aquilo que já foi “roubado” aos contribuintes, e mesmo que isso fosse possível, nunca pagaria os prejuízos causados a economia portuguesa através do controle da mesma, e o asfixiamento imediato de quem tivesse iniciativa.
Isto tudo é tão engraçado, que depois continuam a vir vender os seus produtos por cá!
Também não se compreende, que o mesmo procedimento não seja tomado, quando alguns “responsáveis” no exercício das suas funções nos vários Órgãos do Estado Português tomam decisões inconscientemente ou deliberadas, que provocam danos graves na economia e restantes actividades, quando se sabe que estas “brincadeiras” são suportadas pelo hierárquico público.
Tudo isto teve um resultado imediato, e era fácil de perceber, agora passou a ser politicamente correcto ter os impostos em dia, mas por outro lado, não se paga a empregados e a fornecedores, porque nada lhes vai acontecer, simplesmente uma ideia genial!
Claro que em tudo isto, ainda há a situação de muitas empresas do estado, que devido a uma boa “gerência”, pagam os impostos em dia, e depois estão à espera dos subsídios para continuarem a sobreviver ou de avales para contraírem novos empréstimos, em nome de todos nós.
Então mas os subsídios não vêm dos impostos pagos?
Também seria democraticamente correcto, responsabilizar os responsáveis pela construção de estradas medievais, chamadas IP, que foram substituídas por auto-estradas tendo em conta que as serras já lá estavam a milhares de anos e que incrivelmente, só agora descobriram novas maneiras de contornar os seus declives. Deveriam ser estes senhores a pagar as portagens, de todos os utentes do ser bolso, e ainda ficava a faltar a responsabilidade criminal, devido as centenas de vítimas mortais e dos dramas familiares que provocaram, por mal concepção destas vias.
É vergonhoso saber que muitos destes ditos “responsáveis” viveram em países, onde era norma fazer boas estradas, “estranhamente” não aproveitaram estes conhecimentos, de modo a gerir as verbas nacionais e as vindas da Europa.
Mas esta estranha forma de gerir, estendeu-se a escolas, hospitais, tribunais, etc.
Criou-se a mentalidade a “velhos do restelo” de construir provisoriamente mas de caracter permanentemente.
Seria bom, também ver alguns destes gerentes e administradores que ganham o “ordenado mínimo” a conta dos contribuintes, que ano após ano, apresentam prejuízos e que nem sabem ou não querem, defender a economia local, a ficarem sem a sua barraquita e o calhambeque!
Tudo isto teve uma finalidade, mas não foi para travar a corrupção ou a fuga aos impostos, porque se por um lado, querem ter acesso a todo o tipo de informação, como por exemplo: abrir uma conta num banco, por outro lado pode-se mandar dinheiro para o estrangeiro sem que se perguntei donde ele veio.
Quanto milhões saem desta maneira?
Antigamente não havia tantos bancos e já se vivia, é exactamente o que se está a fazer agora, assiste-se agora a um aumento no pagamento dos bens em dinheiro “vivo”.
Se tudo isto tivesse o objectivo do desenvolvimento do país, já há muito tempo, tinha-se posto a máquina judicial em funcionamento, e todo o resto eram pormenores, mas se é crime não pagar impostos, também o é, em não haver Justiça, porque não se pode ter uma sociedade justa, quando o crime compensa e a vigarice e a corrupção é a palavra de ordem.
Isto deveria de ser o contrário de um “Estado de Direito”!
Não será por acaso que se assiste a uma desindustrialização de Portugal, porque vários “ignorantes” disseram há uns anos atrás, que o futuro era do Pais era a actividade do turismo e dos serviços, esquecendo-se que o turismo é um complemento, visto ser é sazonal e as pessoas “comem” 12 meses por ano. Assim assiste-se a fuga ou abandono de projectos por parte das empresas estrangeiras e nacionais, e agora por contágio as mudanças das sedes para países mais competitivos.
O recente abandono da fábrica de baterias da Nissan em Cacia é bem o exemplo, de como tudo é gerido, gastou-se milhares no projecto, criou-se sistemas para recarregar os veículos eléctricos em função do prossuposto investimento e agora, os outros é que vão ganhar dinheiro sem terem investido nada, é no mínimo brilhante a ideia.
Somos o Pais que faz de conta, e de servidão, onde não se cumpre nem se faz cumprir com medo de hostilizar quem nos prejudica, ouve-se de recados directos por parte de outros países de sermos incumpridores, quando eles não se ficam a trás, são exemplos os submarinos( 210 Millhões), os helicópteros EH -101(400 Milhões ), airbus (), Pandur (189 Milhões), etc
Por influência e responsabilidade directa do Estado Português, que não cumpriu o
seu papel, e assim deste modo originou o encerramento da empresa abaixo mencionada, sem que alguém seja responsável, mas ainda assim, tem tempo para cobrar impostos (*), sem que tenha dado qualquer resposta as várias diligências que os sócios fizeram para resolver os vários problemas criados e nunca resolvidos, ao longo de anos, ou seja, em nome do Estado Português os vários intervenientes gozarão com o dinheiro dos outros e pouco ou nada se preocuparam que as suas indecisões, provocassem mais subdesenvolvimento a Portugal e mais desemprego.
É desta maneira que se assiste e se sente a realidade portuguesa, e foi desta maneira brilhante que foi o fim de Abreu & Biléu Lda. mas não pense que só acontece aos outros, pois amanhã pode ser a sua empresa e o seu posto de trabalho, não é por acaso que estamos com enorme sucesso em aumentar a taxa de desempregados para 1milhão!
Cabe a si lutar para que isto mude, para que todos possamos ter um nível de vida compatível com o desenvolvimento humano.
(*) Impostos supostamente em divida, porque á posteriori vimos a descobrir que alguns já tinham sido pagos estando a ser novamente solicitados os seus pagamentos, apesar de a empresa ter encerrado no dia 31 de Outubro de 2005 continuou a ser tributada pelas Finanças e nunca obteve resposta aos documentos enviados, com excepção para o saque!.
Por isso se está desempregado ou está a sentir as dificuldades impostas pelos credores de Portugal, lembre-se que não é por acaso!